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A operação defensiva-agressiva

 

Ao assumir o comando da 1ª DIE no setor do Reno, o general Mascarenhas de Morais instalou seu quartel-general avançado na localidade de Porretta Terme, e o quartel-general recuado primeiramente em San Rossore e, mais tarde, na cidade de Pistóia. O quartel-general avançado era dirigido pelo tenente-coronel Lima Brayner, compreendendo o comando da 1ª DIE, a chefia e as seções do estado-maior e os serviços de comunicações e de engenharia. Em Porretta Terme ficaram as seções de operações (3ª), sob a chefia do tenente-coronel Humberto Castelo Branco, e de informações (2ª), sob a chefia do tenente-coronel Amauri Kruel. As seções de pessoal (1ª) e suprimento (4ª) foram transferidas para Pavana devido aos constantes ataques da artilharia inimiga.

 

10 de novembro de 1944:

início da defensiva no vale do Reno.

 

16 de novembro de 1944:

conquista de Boscacio, Il Sasso e Monte Cavaloro.

 

24 de novembro de 1944:

a Task Force 45, comandada pelo general Paul Rutlegde, tendo à sua disposição o 3º Batalhão (6º RI) e o Esquadrão de Reconhecimento brasileiros, atacou sem êxito a fortificação de Monte Castelo.

 

25 de novembro de 1944:

segundo ataque da Task Force 45 a Monte Castelo, sem resultado.

 

29 de novembro de 1944:

terceiro ataque infrutífero a Monte Castelo (primeiro sob a responsabilidade de um comandante brasileiro).

 

12 de dezembro de 1944:

quarto ataque a Monte Castelo, sem resultado. Segundo Mascarenhas de Morais, o malogro dos ataques brasileiros na região do Reno deveu-se a uma preparação inadequada e insuficiente. Foram apontadas ainda como causas do insucesso as deficiências dos meios empregados no cumprimento da missão, a falta de apoio da artilharia e da aviação, as condições climáticas desfavoráveis e a falta de coordenação entre as unidades. Segundo John F. Dulles, na preparação do ataque de 12 de dezembro, Amauri Kruel, de posse de informações fornecidas pela 2ª Seção, fez uma avaliação da força inimiga e a apresentou à 3ª Seção (chefiada por Castelo Branco), tentando demonstrar que o ataque, tal como fora planejado, não teria sucesso. Kruel baseava-se em informações de que os alemães haviam-se fortificado, cavando trincheiras e colocando minas por trás das redes protetoras de arame farpado, e de que haviam também aumentado o número de posições artilhadas em Monte Castelo. Kruel considerava um erro tentar a tomada de Monte Castelo com soldados de infantaria, precisando atravessar uma longa distância. Monte Castelo tinha 987 m de altitude e os montes que o cercavam — Belvedere, Gorgolesco, La Torraccia — variavam entre 1.120 e 1.140 m. Castelo Branco, porém, não aceitou a avaliação de Kruel e, em reunião realizada a 8 de dezembro com o general Mascarenhas de Morais, teve seu plano aprovado. O revés sofrido pelos brasileiros significou uma baixa de 145 soldados, entre mortos e feridos.

 

12de dezembro de 1944:

chegou a Porretta Terme o ministro da Aeronáutica Salgado Filho, para uma visita à frente brasileira. O ministro presenciou a discussão entre os oficiais brasileiros e o major-general Crittenberger, que criticava o encerramento da operação em Monte Castelo. Os norte-americanos ameaçavam retirar as tropas brasileiras da frente de combate “por falta de espírito ofensivo”. Os oficiais brasileiros responderam às críticas lembrando que, entre outros fatores, a derrota fora determinada pela ausência da cobertura prometida pelos norte-americanos. Os brasileiros não foram retirados da frente, mas foram dispensados de desempenhar naquele momento um papel agressivo na operação defensiva-ofensiva.

 

13 de dezembro de 1944 a 18 de fevereiro de 1945:

o revés de Monte Castelo acirrou as disputas entre o coronel Lima Brayner e os tenentes-coronéis Kruel e Castelo Branco, e levou o general Mascarenhas de Morais a pensar em renunciar ao comando da FEB. De fato, ocorreram algumas alterações no comando: Mascarenhas de Morais assumiu direta e pessoalmente a direção das operações de combate, abolindo a delegação a comandos intermediários. Passou a atuar ao lado do chefe da Seção de Operações, tenente-coronel Humberto Castelo Branco, atribuindo-lhe a ligação direta com o chefe da Seção de Operações do IV Corpo de Exército. Seguiu-se um período de estabilização, de, durante o qual foram introduzidas algumas modificações nos comandos aliados: o marechal sir Alexander assumiu o comando do teatro de operações da Itália, o general Clark passou a chefiar o XV Grupo de Exércitos Aliados, e o tenente-general Lucian King Truscot Junior assumiu o comando do V Exército norte-americano. O general Mascarenhas de Morais aproveitou a fase de estabilização para intensificar o adestramento dos quadros e da tropa brasileiros, providenciando junto ao novo comandante do V Exército o provimento do armamento necessário à nova tropa recém-chegada do Brasil. Determinou também a organização de planos de descanso, férias e divertimento para os soldados brasileiros.

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